sábado, 29 de novembro de 2014

Esquecimentos e...esquecimentos!


Ultimamente tenho tido vários episódios de esquecimentos. Muitas vezes esqueço de coisas como deixar o celular lá em baixo e subir para o quarto, deitar para dormir e lembrar que me esqueci de tomar o remédio da noite e ter que levantar, chegar no consultório e ver que esqueci minha bolsa com coisas importantes que eu usaria naquele dia, fazer uma lista de mercearia e esquecer de pegar a lista antes de ir, e por aí vai...coisas corriqueiras do dia a dia, sem muita importância, mas que incomodam tremendamente !

Fiquei apreensiva se esses esquecimentos não poderiam ser o inicio de um processo sério, de alguma doença e procurei fazer exames.....felizmente, nada foi detectado que pudesse confirmar minha preocupação. Fui, no entanto, orientada a fazer um controle regularmente para ver se não há uma progressão e agravamento do quadro...
Acredito que uma doença degenerativa se inicie devagarinho, aos poucos até chegar a um grau sério! Meu médico me orientou a modificar alguns medicamentos que uso para verificar se podem estar afetando minha atenção. Dois meses depois dessas modificações já percebo resultados positivos, e penso que tudo não passa de stress, cabeça cheia de atenções a dar  aos vários setores da vida de uma mulher que já passou dos sessenta, que é médica e dona de casa e que gosta de estar por dentro de todos os assuntos que acontecem na política, na profissão, notícias, tecnologia, internet e afins,  família, etc.

Mas, hoje cedo, ao desejar "feliz sábado" a uma amiga ela me questionou: sábado? e, até que eu tivesse certeza que era realmente esse o dia, tive que me valer de algumas técnicas mentais que me certificassem que ontem foi sexta feira, que hoje a empregada não vinha e que amanhã é domingo. Então me lembrei de um fato interessante que aconteceu comigo quando eu tinha apenas completado 30 anos.

Fomos passar uns dias numa fazenda em Paracatu, nossa família e a família de mais 3 amigos com os filhos que na época estavam com no máximo 3 anos e os mais novos tinham 1 ano ou um  pouco menos.
Passamos aproximadamente uma semana.  Durante o dia, enquanto os homens iam pescar, eu e minhas amigas, esposas, ficávamos por conta de  cuidar das crianças, pegando um "bronze",  tomando sol no quintal da casa do sítio, jogando, ouvindo música, e nos passando momentos muito agradáveis onde rolavam conversas descontraídas e muita amizade.

Quando chegou o dia de vir embora, um dos nossos amigos, me perguntou: "será que você poderia pegar aquele dinheiro que eu te pedi pra guardar?"- Fiquei parada, meio no ar, enquanto minha cabeça fazia uma verdadeira viagem a 7 dias atrás, tentando me lembrar de algo que realmente não tinha ficado registrado nos meus neurônios! Acredito que o que passou em meu rosto, no meu olhar e em algum gesto que eu tenha feito, tenha sido tragicômico pois meu amigo não conseguiu segurar e cau na risada levando todos que assistiam aquele teatro, a fazer o mesmo! logo entendi que tinha passado por uma "pegadinha" mas tive vontade de descontar o mal estar que passei em poucos segundos. Se ele não tivesse sido traído pelo riso e conseguido levar a sério a brincadeira, insistindo que tinha me pedido pra guardar o tal dinheiro, eu talvez teria até certeza de ter guardado em algum lugar e não me lembrar...

Então eu penso aqui agora, diante dos meus esquecimentos frequentes, que naquela época eu era bem nova e que minha atenção se dividia também entre as obrigações com casa, trabalho, filhos pequenos, marido,  e que eu muitas vezes não focava minha atenção naquilo que estava fazendo no momento. Fazia muita coisa "de cór".

Hoje me lembro de fatos como esse com um sorriso e certamente daqui a mais alguns anos rirei dessa minha preocupação que um provável Alzheimer possa vir me acometer!




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